O sistema da Marinha que captou um som semelhante a uma implosão no último domingo (18) faz parte de uma série de dispositivos de escuta subaquática que os Estados Unidos possuem há décadas, desde o período da Guerra Fria.
Projetado principalmente para rastrear o movimento de submarinos inimigos, o sistema também ajudou nas buscas e esforços de incidentes no mar, alguns muito semelhantes à implosão sofrida pelo submersível Titan.
Inicialmente chamado de Sistema de Vigilância Sonora (SOSUS), quando foi criado no final dos anos 1940 e início dos anos 1950, o conjunto de sensores detecta diferentes sons e assinaturas acústicas, que podem percorrer grandes distâncias debaixo d’água.
O sistema foi renomeado como Sistema Integrado de Vigilância Submarina (IUSS) quando a Marinha adicionou sensores móveis e destacáveis às suas capacidades de coleta.
“A missão do Sistema Integrado de Vigilância Submarina é multifacetada, englobando não só as operações de detecção, localização e seguimento de submarinos e recolha de informação acústica e hidrográfica, mas também a manutenção dos equipamentos de processamento e comunicações necessários ao cumprimento da missão operacional”, disse a Marinha.
Como o som viaja bem debaixo d’água, os sensores podem ser usados para triangular a posição de um submarino inimigo ou um ruído subaquático captado pela matriz. Embora o sistema em si não seja classificado, de acordo com um oficial da Marinha, sua operação e capacidade de coleta são secretas.
Em 1968, a Marinha usou o sistema para localizar com precisão a localização de um submarino soviético desaparecido, o K-129, no Pacífico Norte. Os EUA notaram o aumento da atividade naval soviética e concluíram que poderiam estar procurando por um submarino.
Ao revisar os dados coletados pelo sistema, os EUA captaram a assinatura acústica de uma implosão e conseguiram identificar a localização do ruído, longe dos esforços de busca soviéticos.
Em meados da década de 1970, os EUA tentariam levantar o submarino de mísseis balísticos do fundo do oceano usando uma história de capa que envolvia o bilionário Howard Hughes e um projeto para extrair minerais do fundo do mar.
A missão foi parcialmente bem-sucedida e começou com a detecção da implosão pelo mesmo tipo de matriz que detectou a implosão do submersível Titan.
A matriz de escuta também ajudou na busca por dois submarinos nucleares americanos desaparecidos na década de 1960: o USS Thresher e o USS Scorpion.
Este conteúdo foi originalmente publicado em EUA usaram sistema de espionagem da Guerra Fria para encontrar destroços do Titan no site CNN Brasil.